Não há nada pior do que ter problemas gastrointestinais no meio de uma viagem, não é mesmo? Mas saiba que isso acontece com recorrência. O contato com diferentes microrganismos ou até mesmo uma simples mudança na dieta alimentar podem provocar alterações no sistema digestivo e desencadear uma série de sintomas desagradáveis. Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura!
Como identificar os sinais dos problemas gastrointestinais?
Intestino preguiçoso, barriga inchada e ocorrência de flatulências são alguns dos sintomas decorrentes dos problemas gastrointestinais durante uma viagem. Se os sinais forem somente esses, é possível contornar melhor a situação e aproveitar o passeio.
Entretanto, o distúrbio mais comum é a diarreia do viajante. Essa disfunção do sistema digestivo é caracterizada por episódios de fezes líquidas, que, inclusive, podem ser acompanhados por dores abdominais, febre, náuseas e vômitos.
Na maioria das vezes, esses problemas têm uma duração de 24 a 48 horas e são autolimitados, isto é, ocorrem em um período limitado e são resolvidos de forma espontânea. Porém, em alguns casos, os sintomas podem persistir por até 10 dias.
Portanto, é preciso se cuidar para que a diarreia não evolua para uma desidratação, cujos indícios são:
- boca e pele seca;
- cansaço e sonolência;
- sede;
- redução da produção de urina;
- dor de cabeça;
- tonturas ou vertigens.
Se as ocorrências acima forem negligenciadas e a desidratação não for tratada, ela pode evoluir para a sua fase severa. Tal estágio inclui sinais como irritabilidade, olhos fundos, pressão arterial baixa, respiração e batimentos cardíacos rápidos e até delírio.
Por que esses sintomas são tão comuns?
O nosso aparelho digestivo é um sistema complexo. Nele, estão vários órgãos responsáveis por transportar o alimento, produzir e secretar enzimas digestivas, absorver os nutrientes e eliminar o que não tem utilidade para o organismo.
Desde que é colocado na boca, o alimento segue uma sequência no sistema digestório — que precisa funcionar de forma harmônica, para que não haja nenhum distúrbio. Durante uma viagem, entramos em contato com diversos tipos de microrganismos aos quais não estamos expostos frequentemente, ou seja, que não são comuns no ambiente em que vivemos.
Sofremos também com as mudanças nas condições ambientais, como temperatura ambiente, umidade relativa do ar, velocidade do vento, radiação solar e precipitação. Além disso, há uma alteração em nossa rotina, que pode envolver:
- estresse;
- atividade física intensa;
- hábitos diferentes de higiene;
- alteração dos horários das refeições;
- ingestão de alimentos e temperos diferentes, que podem, inclusive, estar contaminados.
Sem contar que, muitas vezes, diminuímos o consumo de água ou não temos acesso a um líquido de qualidade. Por todas essas razões, fica fácil compreender por que os viajantes estão tão propensos à ocorrência de problemas gastrointestinais.
Como preveni-los?
O primeiro passo para prevenir os problemas gastrointestinais é buscar informações sobre o local e o trajeto da viagem. Ficar por dentro das condições locais é importante para tomar as precauções necessárias.
Manter os hábitos de higiene pessoal também é essencial para evitar a ocorrência desses distúrbios. É fundamental lavar as mãos com sabonete e secá-las com toalhas de papel ou secadores de mão antes de cada refeição. Se possível, utilize também o álcool em gel.
Mas não adianta estar atento somente à sua higiene e não prestar a devida atenção à alimentação. Portanto, evite ingerir produtos alimentícios em mercados locais ou que estejam expostos ao ar livre.
Evite também itens “frescos”, não cozidos, reaquecidos para o consumo ou derivados de leite não pasteurizado. Se quiser comer uma fruta, descasque-a antes ou opte por aquelas com proteção natural, como laranja e banana.
Em casos de viagens para lugares em que a água não é confiável, é melhor purificá-la antes de beber. Dê preferência para bebidas engarrafadas e evite utilizar gelo ou tomar água diretamente da torneira. E não se esqueça de se manter hidratado durante todo o dia.
Para garantir a hidratação, vale ingerir uma solução eletrolítica, popularmente conhecida como soro caseiro. Ela pode ser preparada misturando 1 litro de água filtrada, uma colher de sopa de açúcar e uma colher de café de sal rosa do Himalaia.
Outra dica interessante é consumir alimentos ricos em fibra, pois elas ajudam a prevenir e a tratar a constipação intestinal. A ingestão de probióticos também é importante para evitar os problemas gastrointestinais, pois contribui para uma flora intestinal saudável e melhora o funcionamento do sistema digestivo.
Como tratar tais problemas em viagens?
O melhor tratamento para diarreias e vômitos se dá por meio da ingestão de bastante líquido — mas não beba refrigerantes para reidratar o corpo: isso não funciona e pode até piorar a situação. Tome bastante água potável e soro caseiro.
Para ajudar na recuperação, pode-se optar pelos soros orais de farmácia e por medicamentos para a recomposição da flora intestinal. Faça refeições leves e evite alimentos gordurosos. Bolacha e mingau de maizena, arroz, purê de batata, chá de camomila e de folha de goiabeira, iogurte e leite fermentado são alguns dos itens indicados para auxiliar na reabilitação de quem está com esse quadro.
Em casos de constipação intestinal, a hidratação também é o melhor tratamento inicial. Ingerir alimentos ricos em fibras e fazer as refeições lentamente podem ajudar a solucionar essa disfunção. Se, mesmo depois de seguir essas orientações, você não notar nenhuma melhora, é indicado procurar um posto médico ou um hospital.
Quais medicamentos é preciso levar?
Na hora de arrumar as malas para viajar, é fundamental organizar um kit com alguns medicamentos e, assim, estar preparado para qualquer imprevisto. Se você toma algum remédio de uso constante, ele deve ser o primeiro a entrar na mala, principalmente se for manipulado.
Leve também aquelas medicações que tratam sintomas, como antitérmicos, antieméticos, antialérgicos, anti-inflamatórios, analgésicos, descongestionante nasal tópico e colírio. É pertinente, ainda, contar com um soro oral para casos de desidratação e repelente para se prevenir das picadas dos insetos.
Prepare, inclusive, um estojo de primeiros socorros com curativos, gazes, algodão, esparadrapo, pomadas e antissépticos. Álcool em gel, soro fisiológico e lenço umedecido também são itens essenciais para levar em uma viagem.
É interessante portar kits comerciais de hipoclorito e permanganato de potássio, que purificam a água e a deixam apropriada para o consumo. Essas soluções podem, ainda, ser utilizadas para a limpeza de legumes, verduras e frutas.
E agora? Já sabe como lidar com problemas gastrointestinais durante uma viagem? Para ficar por dentro de mais conteúdos como este, curta a nossa página no Facebook!