Conhecendo o paraíso escondido: Monte Roraima (RR)
A primeira pessoa a testemunhar a grandiosidade do Monte Roraima de seu cume foi o inglês Everard im Thurn, em 1884.
No ano de 1927, o primeiro brasileiro a alcançar o topo, Marechal Cândido Rondon, fincou na área a pedra que demarca a tríplice fronteira entre Venezuela, Guiana Francesa e Brasil. Mas foi só na década de 1970 que uma equipe de escaladores, vindos da Inglaterra, venceu o desafio de escalar o monte.
O local inspirou Arthur Conan Doyle a criar o ambiente de seu livro “O mundo dos dinossauros”, romance lançado em 1912 e que acompanha uma expedição a um platô habitado por dinossauros na Amazônia.
As tribos indígenas da Venezuela chamam a montanha de Roraimu, “o gigante azul”, e, para eles, o local é o lar de Makunaíma, deus da tempestade.
Desafiando o local
Hoje, o Monte Roraima atrai milhares de turistas em todos os anos: são pessoas em busca da conquista de um lugar impenetrável e magnífico. Nos períodos de pico, na Páscoa e no Natal, há até filas!
Quem busca uma paisagem deslumbrante, mas prefere evitar a adrenalina, pode embarcar em um helicóptero que deixa os visitantes diretamente no topo da montanha.
Além da aventura e da vista, os amantes da natureza vão se encantar com as espécies de sapos negros, libélulas e tarântulas que vivem exclusivamente na área, habitada também por diversas plantas endêmicas.
Descobrindo as melhores opções
Não importa qual seja a sua disponibilidade para visitar o Monte Roraima: sempre haverá um pacote adequado para você. Há opções de 3, 7 ou 10 dias de viagem — e até mesmo de duas semanas, para quem tem mais tempo.
Independentemente de sua escolha, o pacote é organizado por empresas especializadas em turismo de aventura, como a Venturas ou o Adventure Club, que vão garantir que você aproveite ao máximo sua estadia no paraíso perdido.
Para conseguir um bom condicionamento físico, uma dica é fazer pequenas caminhadas diárias ou, se possível, algumas trilhas aos finais de semana durante os meses anteriores à sua viagem. Assim você ficará mais preparado e bem-disposto no monte e, consequentemente, fará mais proveito da visita.
O clima equatorial da Amazônia faz com que o Monte Roraima receba chuvas durante todo o ano. O período entre outubro e abril, entretanto, tem menos chuvas e frio na região.
Mas uma visita entre os meses de maio e agosto, quando as chuvas são mais fortes, oferece ao visitante a oportunidade de testemunhar as cachoeiras que se formam nos paredões da montanha. O monte atrai turistas e aventureiros durante o ano inteiro.
Enfrentando a trilha
Para enfrentar os desafios do percurso, é aconselhável que você já tenha experiência em outras trilhas. Isso porque se trata de um roteiro considerado médio-difícil e os praticantes chegam a caminhar 90 km entre ida e volta, contando com a visitação aos pontos principais do local.
Com trechos nada firmes, subidas de quase 60 graus e possibilidades de chuva, a trilha no Monte Roraima exige bastante desempenho da musculatura e, portanto, é essencial o preparo físico, além de algumas habilidades. Veja outras características desse percurso:
Ponto de partida
O início da trilha é em Paraitepuy, seguindo até o acampamento Tek. Esse trajeto é mais plano, com 12 km de caminhada — que dura, aproximadamente, 4 horas e 30 minutos.
Baixas temperaturas
A intensidade aumenta na segunda parte, na qual o praticante encontra maiores inclinações e subidas. Esse percurso tem 11 km de extensão e cruza belos rios sob a temperatura de aproximadamente 12º C.
Chegando ao Acampamento Base, há uma tenda para fazer refeições. As barracas podem ser montadas novamente ao pé da montanha por lá.
O principal desafio
A caminhada mais desafiadora é a do Acampamento Base até o Topo. Durante esse trajeto, a temperatura cai para cerca de 8º C. Mesmo sendo um caminho curto (de 3 km), demora-se mais ou menos 4 horas para concluí-lo, devido às inclinações do terreno que exigem esforço dobrado.
Nessa fase do percurso, chamado de La Rampa, é recomendado que o praticante faça paradas a cada 10 ou 15 minutos para descansar e alimentar-se.
O topo
No topo do Monte há diversos pontos para ver e registrar. Isso faz com que o visitante estenda a caminhada para explorar uma das partes mais famosas: a Proa.
O clima no topo é inesperado. O frio é garantido, mas a chuva e a neblina enfrentadas durante a trilha, geralmente, desaparecem lá no alto, permitindo a vista de um céu azul e ensolarado.
O retorno para o acampamento Tek é aparentemente simples, por conta das decidas. Contudo, não deixa de ser desgastante fisicamente e, por isso, também requer experiência e habilidades.
Atentando-se para o peso da mochila
Ao decidir trilhar o Monte Roraima, tenha em mente que toda a caminhada será feita enquanto você carrega seus próprios mantimentos nas costas. A mochila pode parecer leve, porém, com o tempo — e considerando os trajetos inclinados —, os acessórios serão um desafio adicional ao percurso.
Portanto, é importante levar apenas o necessário. Dessa forma, você evita exageros e não compromete sua performance. Veja algumas dicas de itens essenciais:
- Cantil;
- Calçado apropriado para trekking;
- Roupas para calor, frio (até 0º C) e chuva;
- Lanches para consumo rápido, que deem energia;
- Saco de dormir;
- Meias para todos os dias;
- Roupas íntimas;
- Produtos de higiene pessoal;
- Canivete;
- Corda (de varal);
- Lanterna;
- e protetor solar.
As mochilas recomendadas para guardar tudo o que você precisa, proporcionando uma trilha com conforto e sem problemas, são as de 50L a 70L. Elas também devem ser equipadas com capa de chuva e alças.
Agora que você já está por dentro dos atrativos que o Monte Roraima oferece, que tal compartilhar este artigo nas redes sociais e ajudar os amigos que querem se aventurar também?